Embora complexo e desafiador, o estudo das religiões, religiosidades e crenças constitui um fenômeno específico dentro da história, exigindo método e teorias adequadas a compreensão das suas dimensões. Quando atentamos ao Brasil, conviver com a diversidade cultural é fundamental para o respeito, empatia e exercício de alteridade frente à multiplicidade de crenças, tradições e movimentos religiosos.
Recentemente, no Brasil, uma mãe perdeu a guarda da filha de 12 anos, por conta da iniciação da garota em um ritual do candomblé. A denúncia teria partido da avó, evangélica, que não aceitava a religião dos orixás. Mas, o mais impressionante é que o conselho tutelar recebeu a acusação e legitimou o rito religioso como um ato de violência à menor. Situações como essa revelam a urgência e necessidade da construção de um conhecimento científico que seja sensível e combativo às discriminações religiosas, especialmente quando elas se constituem visando o epistemicídio de culturas, saberes e trajetórias de grupos estigmatizados e subalternizados pela lógica colonizadora. Deste modo, a chamada do capítulo tem como objetivo reunir trabalhos de pesquisadores e pesquisadoras a nível de mestrado e doutorado, com experiência comprovada em História das Religiões, que busquem contribuir para uma visão mais ampla e complexa da diversidade religiosa e suas relações com a historiografia atual.
Prazo para envio: 31/01/2021.