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Este livro visa desmistificar o golpe e o governo Castelo Branco e sua relação com a grande mídia. Neste volume analisamos a tentativa de liberalização e o rompimento d’OESP com Castelo; a desesperadora situação econômica; a reorganização partidária; a consolidação da ditadura com a Lei de Imprensa, nova CF e Lei de Segurança Nacional. Como o governo implementou estas ações e como os jornais reagiram a elas.
O intuito final deste livro é o de desmistificar o governo Castelo Branco (1964-1967) e sua relação com a grande mídia mediante uma profunda análise daquele período e dos jornais O Estado de S. Paulo (OESP) e O Globo (OG), bem como tentar desconstruir a Memória que estes jornais buscam construir hoje daquele governo e de sua participação nele e no golpe. Este livro irá, portanto, estudar esse período como um todo, questionando suas bases jurídicas, muitas das teses historiográficas e abarcando temas como tortura, corrupção, organização política, etc. Para isso, utilizaremos os discursos e representações destes jornais como instrumentos para a dissecação destes temas, bem como dos jornais em si: como lidavam com sua retórica liberal em um governo autoritário; quais foram as trajetórias empreendidas por ambos em seus apoios e suas críticas; quais as mudanças de posições e seus motivos; e como, sendo a mídia um importante fator na decisão da agenda político-econômica e na formação de opiniões, buscavam influenciar as ações do governo ou de parte da sociedade civil. Assim, esses órgãos da imprensa, dois dos mais importantes e influentes da época, apesar de extremamente diferentes entre si, serão a base para não só os compreendermos enquanto fonte, mas, também, enquanto participantes dos acontecimentos e como atores sociais, permitindo-nos compreender o próprio período mais a fundo.
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