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Escritos sobre religião: entre a teologia e filosofia

A partir de R$31,00

Escritos de Religião. Entre a Teologia e a Filosofia é uma obra original em que o autor investiga a dinâmica religiosa contemporânea e como que as questões teológicas e filosóficas do nosso tempo são cada vez mais amalgamadas na dinâmica social de forma que se torna imprescindível pensar a religião se quisermos pensar o nosso tempo.

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Autor(es) Relacionado(s):

Fabiano Veliq

Organizador(es):

EDITORA

Brazil Publishing

LINGUAGEM

Português

ANO

2019

PÁGINAS

370

TAMANHO

16x23 cm

ISBN - LIVRO DIGITAL

978-65-5016-154-5

DOI

10.31012/978-65-5016-154-5

Descrição

O cerne da proposta de Jesus tipificada nos evangelhos é de uma liberdade que não passa pelo individualismo contemporâneo, mas uma liberdade que tem na comunidade a sua única condição de possibilidade. É talvez por isso que podemos dizer sem sombra de dúvida que a proposta comunitária de Jesus e dos discípulos no início do cristianismo vai na contramão da proposta do capitalismo tardio do individualismo exacerbado. Trava-se uma luta entre uma visão comunitária do humano e uma visão individualista em que nada além do sujeito importa. De um lado a aposta em uma possibilidade da vida comunitária para além da lógica do capital, do outro lado o individualismo como resposta última que esvazia o sujeito de todo vínculo para além de si. Claramente uma se coloca como grande antítese da outra, em que a primeira é esvaziada em seu núcleo mais íntimo e o que sobra seria apenas a sua face performática tipificada nas novas agremiações e pseudo-pautas. Não dizemos mais que a religião é o “ópio do povo” ou “o suspiro da criatura oprimida” como Marx gostava de falar, mas dizemos que hoje a religião (pelo menos a institucionalizada) [sobre essa diferenciação crucial, leia aqui] é o sintoma do sujeito desbussolado dominado pelo capitalismo tardio. Restaurar o núcleo duro da religião talvez seja a tarefa mais árdua para os dias atuais, pois uma religião que se alia ao poder advindo do modo de produção já perdeu em grande medida a sua condição de possibilidade de alterar o status quo. O que resta para ela é apenas a reprodução cega da desigualdade, ou medidas paliativas que em nada atingem a estrutura social.