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As interpretações do Apocalipse/Revelação são tantas quantos são os autores que a este texto dirigem a atenção.
Diante de um escrito que interpela de maneira tão grande a subjetividade de cada leitor, seria possível uma aproximação suficientemente sensata? Ou seja, uma tentativa de apreender o conteúdo do livro com uma objetividade sustentada em uns poucos e simples critérios racionalmente claros, que norteiem e balizem a hermenêutica, mesmo havendo quase dois mil anos que separam o autor e os seus leitores atuais?
Esta é, com efeito, a intenção deste livro. Portanto, é evidente que apenas a atenção e o tirocínio de um leitor aberto e franco poderá formular uma sentença que valide ou não os esforços empreendidos até aqui.
Para além de subjetivismos e projeções do inconsciente, o que se pretende é deixar-se guiar pelos seguintes critérios: 1 – o texto deve ser eloquente aos leitores do primeiro século, e de todos os tempos que lhe seguiram; 2 – João (e o Espírito Santo) desejaram manifestar algo que seja compreensível; 3 – as Escrituras falam de Cristo, e formam a mentalidade de um fiel que, a partir delas, olhe para o mundo circunstante; 4 – alusões frequentes às Escrituras não são fortuitas.
Feito o caminho, ficamos gratamente surpresos ao descobrir que emerge uma coerente estrutura no texto de João de Patmos, que clarifica e organiza toda a aparente dispersão dos elementos presentes naquele que é, certamente, um dos mais belos textos que poderiam ter saído de pena e tinteiro.
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