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A minha relação com a escrita se deu, inicialmente, através da arte, especificamente música e poesia. O interesse pelas humanidades já existia na minha adolescência, mas era de ordem existencialista. Não considero que tenha me profissionalizado através do uso da razão e não, da sensibilidade como uma escolha consciente. A construção da carreira terminou sorrateiramente eliminando dimensões importantes da minha vida, a exemplo da relação com a arte. Tornei-me um mero artesão de textos acadêmicos. Este livro marca a minha primeira incursão no campo da literatura e é, ao mesmo tempo, um primeiro passo em direção àquela sensibilidade que deixei para trás. Boa parte das poesias e textos remontam ao período entre 15 e 30 anos, depois disso, a racionalidade científica me dominou por completo e até a música me abandonou. Isso explica o caráter lírico ou místico de muitos deles. Porém, também há poemas como “Necrópole”, em que tento dar forma à experiência como vivenciei a pandemia, o medo, o isolamento social e toda a necropolítica envolvida naquele processo. O peso da identidade do acadêmico se fez presente em poesias como “Caminata”, “Lísis” e “Exílio” nas quais faço alusão à elementos da cultura material medieval. Penso que essa combinação gerou resultados interessantes. Considero “My Last Journey” – poema que faz tríade com “Nobre” e “Guerreiro Cachorro Tony” -, uma experiência interessante na qual usei imagens extraídas do vídeo game “Journey” para expressar a experiência do luto de uma separação. A experiência ganha mais força e significado, a intensidade da minha imersão no universo gamer é quando lembro que aquele era o jogo preferido daquela pessoa, o jogo que fazia seus olhos brilharem. Goethe acredita que a poesia e a autobiografia caminham juntas. Penso que ele está certo e o resultado pode ser encontrado neste livro, publicado em um momento da vida do autor, no qual ele próprio se prepara para, em breve, tornar-se apenas memória. O livro conta com prefácio de Maria João Amado.
A minha relação com a escrita se deu, inicialmente, através da arte, especificamente música e poesia. O interesse pelas humanidades já existia na minha adolescência, mas era de ordem existencialista. Não considero que tenha me profissionalizado através do uso da razão e não, da sensibilidade como uma escolha consciente. A construção da carreira terminou sorrateiramente eliminando dimensões importantes da minha vida, a exemplo da relação com a arte. Tornei-me um mero artesão de textos acadêmicos. Este livro marca a minha primeira incursão no campo da literatura e é, ao mesmo tempo, um primeiro passo em direção àquela sensibilidade que deixei para trás. Boa parte das poesias e textos remontam ao período entre 15 e 30 anos, depois disso, a racionalidade científica me dominou por completo e até a música me abandonou. Isso explica o caráter lírico ou místico de muitos deles. Porém, também há poemas como “Necrópole”, em que tento dar forma à experiência como vivenciei a pandemia, o medo, o isolamento social e toda a necropolítica envolvida naquele processo. O peso da identidade do acadêmico se fez presente em poesias como “Caminata”, “Lísis” e “Exílio” nas quais faço alusão à elementos da cultura material medieval. Penso que essa combinação gerou resultados interessantes. Considero “My Last Journey” – poema que faz tríade com “Nobre” e “Guerreiro Cachorro Tony” -, uma experiência interessante na qual usei imagens extraídas do vídeo game “Journey” para expressar a experiência do luto de uma separação. A experiência ganha mais força e significado, a intensidade da minha imersão no universo gamer é quando lembro que aquele era o jogo preferido daquela pessoa, o jogo que fazia seus olhos brilharem. Goethe acredita que a poesia e a autobiografia caminham juntas. Penso que ele está certo e o resultado pode ser encontrado neste livro, publicado em um momento da vida do autor, no qual ele próprio se prepara para, em breve, tornar-se apenas memória. O livro conta com prefácio de Maria João Amado.
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