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Este livro foi escrito como se a esperança pudesse escrever palavras. Isso não se confunde com otimismo ingênuo, que traduz a realidade em cores palatáveis aos nossos desejos e auxilia-nos a viver, supostamente felizes, travestindo o mundo ao sabor de ilusões. Cultuar essa concepção implica romper com o derrotismo, por vezes qualificado de realismo, em que se descreve o cenário sombrio e projeta-se um amanhã catastrófico, como se o agora e o depois estivessem totalmente alheios ao nosso controle, como se nada pudéssemos fazer para modificar o imaginário destino. Reafirma-se, pois, a inquebrantável crença de que o futuro ainda “está em nossas mãos”. Isso significa que, mais do que nunca, somos responsáveis por nossas escolhas, pelo o que estamos a fazer dos nossos dias e como consumimos o nosso tempo.
A história demonstra que, quando se viveu determinados espirais elevados de desigualdade, esses foram seguidos por violentos conflitos, os quais reacomodaram a distribuição das riquezas, mediante o pagamento de um “altíssimo preço”, consubstanciado em vidas humanas e destruição. Uma vez que o capitalismo nunca demonstrou ser autodestrutivo, é possível prever que seus – indeterminados – atores principais moverão suas poderosas forças, no sentido de evitar o colapso do sistema, que manteve a base de seu poder econômico e político ao longo do tempo. Nessa mesma linha, a constatação e as projeções acerca das mudanças climáticas parecem ter feito soar um alerta, igualmente contundente, em relação às consequências delas advindas, notadamente no que tange ao aquecimento global. Em vista disso, a mesma lógica de autopreservação, a qual defende-se, impulsionará ações voltadas a minimizar a desigualdade, tende a ser adotada, também, no sentido de frear aquilo que, genericamente, se pode denominar de “degradação ambiental”. Ou seria possível que o capitalismo sobrevivesse à mercê do colapso ambiental? Assim, o modelo capitalista encontra-se diante de uma encruzilhada histórica na qual, ou enfrenta seus principais riscos sistêmicos (desigualdade e mudanças climáticas) ou, tudo indica, a eles sucumbirá. Entre outras, para fazer frente a tais riscos, é possível adotar políticas públicas no campo fiscal, não obstante o cenário de crise decorrente, entre outras, da globalização das relações econômicas, bem como, mais recente, do advento de um populismo extremista que tenta fazer tábula rasa de todas as conquistas humanistas no âmbito do Estado Democrático de Direito.
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