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“Vai pra Cuba!”. “Minha bandeira jamais será vermelha!”. “Tchau, querida!”. “Não vai ter golpe!”. “Fora, Temer!”. O brasileiro acostumado à polarização política que se instalou no país já deve estar familiarizado com essas expressões aparentemente aleatórias, mas que remetem a oposições ideológicas clássicas do discurso político. Espera-se que, com a análise dos votos do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o leitor seja capaz de associar certas estratégias argumentativas às guerras culturais que se fazem presentes no Brasil e no mundo.
A origem do termo “guerra cultural” é controversa. Foi nos Estados Unidos, no entanto, que a expressão se tornou popularizada, por meio da publicação de Culture Wars, de James Davison Hunter, em 1991. Tratava-se da descrição do embate entre duas visões de mundo antagônicas, uma conservadora, frequentemente associada à direita política, e outra progressista, relacionada, predominantemente, às esquerdas, mas não só.
A guerra cultural traz em seu bojo problemas de ordem social e moral que dizem respeito, por exemplo, à sexualidade, ao comportamento, à raça, à religiosidade etc., mas que podem implicar, ainda, questões políticas e econômicas.
Do ponto de vista da linguagem, pergunta-se: tendo em vista esses confrontos culturais na sociedade, existiria uma retórica que lhe seja peculiar? Seria possível pensar em algumas regularidades, ainda que essa guerra assuma contornos próprios em diferentes países e períodos históricos?
Para pensar essas questões, esta obra toma como base os pronunciamentos realizados na Câmara dos Deputados do Brasil quando da votação sobre a admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff, em 17 de abril de 2016.
Com o auxílio de conceitos em Retórica e Análise do Discurso, o objetivo do livro também é o de avaliar em que sentido a argumentação no processo de destituição da ex-presidente contribuiu ou não para a integridade do Parlamento, considerado o espaço público de deliberação por excelência das sociedades democráticas.
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