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Este livro trata de questões complexas que vão além do que está posto nos documentos, leis e discurso dos que detém o poder; nem tão pouco são contempladas por políticas públicas que venham elucidar e sanar as necessidades apresentadas no que concerne a essas duas questões: agrária e ambiental. Além disso, “Assentamento São Francisco no semiárido pernambucano: aspectos agrários e ambientais” busca-se evidenciar as aspirações, sonhos e dificuldades dos moradores do assentamento.
Essa pesquisa teve como objetivo investigar as principais dificuldades enfrentadas pelos moradores do Assentamento São Francisco, no município de Petrolina – PE, ao adquirir a terra, a partir de suas atitudes frente às transformações geradas pela ocupação e reocupação contínua do espaço, que interfere na qualidade de vida e nas relações de poder, bem como na postura deles na relação sociedade-natureza no assentamento. Para tanto, teve como base dois eixos temáticos: a questão agrária e a questão ambiental. Utilizou-se uma metodologia que possibilitou refletir a experiência destes por meio da pesquisa qualitativa, por se tratar de uma matriz já consagrada pela Sociologia e pela Antropologia e originária da Fenomenologia, na qual estão presentes também as ideias da Etnografia. Os dados foram obtidos mediante realização de observações diretas, conversas informais registradas, entrevistas abertas e semiestruturadas. Foi possível chegar aos seguintes resultados: as famílias assentadas são felizes pela conquista da terra, fator evidenciado na fala de cada morador. Todavia, ainda enfrentam diversas dificuldades, dentre elas as limitações em relação à falta de um local irrigado que seja adequado para o exercício da agricultura; ausência de um tratamento de água para consumo humano adequado; falta de um ambiente de lazer. As famílias aumentaram, porém, as habitações continuam no mesmo quantitativo da época em que foram construídas. As questões ambientais são pouco evidenciadas, quase não se fala ou se faz algo em prol de um ambiente mais sustentável. Ainda assim, o assentamento pode ser considerado um lugar privilegiado e que precisa apenas que sejam criadas políticas públicas voltadas para elucidar essas questões que estão evidentes na realidade daquele assentamento.
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