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"O que te escrevo continua e estou enfeitiçada" - Cem anos de Clarice Lispector

R$50,00

Este livre reúne diferentes modos (estético, filosófico, psicológico, psicanalítico, metafísico e histórico-cultural) de leitura da produção artística de Clarice Lispector. A conexão entre os vários modos de ler a linguagem de Clarice foi estabelecida pelos autores por meio de uma reiterada expressão do drama metafísico identitário da escritora; e, também, por meio do apelo à cumplicidade do seu leitor na visão/revisão filosófica e crítica do mundo externo, como procedimento essencial para o seu alcance do estado epifânico de ressignificação clariceana do sentido da vida: “O que estou te escrevendo não é para se ler – é para se ser” (Clarice Lispector, Água viva, 1973).

Zizi Trevizan

informações adicionais

Autor(es) Relacionado(s):

Cleber da Silva Luz, Evely Vânia Libanori, Gustavo Henrique Dionísio, Jussara Bittencourt de Sá, Maiara Cristina Segato, Marina Bonatto Malka, Mirian Cardoso da Silva, Paulo Sérgio Pereira Ricci, Roberta Stubs, Rafael Lucas Santos da Silva, Sandro Adriano da Silva, Stephanye Beatriz Padovani Barbosa, Thays Pretti, Wilma dos Santos Coqueiro

Organizador(es):

Diego Luiz Miiller Fascina

EDITORA

Brazil Publishing

LINGUAGEM

Português

ANO

2021

PÁGINAS

314

TAMANHO

13.279 KB

ISBN - LIVRO DIGITAL

DOI

10.31012/ 978-65-5861-440-1

Descrição

N’O caldeirão azul: o universo, o homem e seu espírito (2019), Marcelo Gleiser expõe que “não é Deus que se busca no questionamento científico, mas a transcendência do humano, a busca por uma dimensão além do cotidiano que dá sentido à nossa busca por sentido”. Este ímpeto filosófico, implícito na complexidade da ciência e na própria condição humana de estar no mundo, nos remete a Clarice Lispector em sua continuada busca de respostas às suas próprias indagações sobre a origem do homem, a vida e a morte, reveladas em sua Arte – objeto de análise dos autores deste livro “O que te escrevo continua e estou enfeitiçada”: cem anos de Clarice Lispector, organizado por Diego Luiz Miiller Fascina.

Esta coletânea merece a atenção de diferentes tipos de leitores, pois envolve uma pluralidade de áreas científicas no perfil cultural dos autores; uma variedade de materiais selecionados para análise; e uma multiplicidade de modos de leitura do discurso clariceano. No entanto, a conexão entre os capítulos se mantém preservada, porque todos os autores são unânimes na valorização da cumplicidade do leitor de Clarice com a confissão da escritora em sua Arte, sobre o drama metafísico identitário. Os autores valorizam, de fato, os fluxos e refluxos da consciência individual da escritora, mas, de forma dialética, os aproximam dos efeitos ideológicos, interpessoais, da consciência humana coletiva, envolvendo, aspectos histórico-culturais de uma sociedade desigual, geradora da própria tensão interior dos seres ficcionais criados por Clarice.

As análises efetuadas neste livro comprovam que o discurso autoanalítico de Clarice se faz verbalizado por todos os seus/suas personagens e se estende a todos nós, leitores, possibilitando-nos a condição privilegiada de coautores e a entrada filosófica na teia complexa das relações sociais, geradora do drama da identidade humana e da relevância da autoanálise. O livro expõe que estar em análise implica um processo complexo identitário coletivo muito produtivo para uma autocrítica e uma ressignificação da vida. Convidamos você, potencial leitor desta coletânea, para dar continuidade ao exercício intelectual de Clarice Lispector, por meio de sua inteligência especulativa e sensível, tal como ocorreu com os autores deste livro, transformados, na leitura de Clarice, em seus coautores.