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A pesquisa aqui relatada teve como principal objetivo compreender os modos pelos quais educadoras da primeira infância se apropriaram de conhecimentos adquiridos em cursos de formação continuada de professores, cujo enfoque foi o combate ao racismo e as maneiras pelas quais transformaram, a partir daí as suas práticas pedagógicas. Para a realização da pesquisa, foram analisadas as iniciativas desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Educação do Mato Grosso do Sul e pela Secretaria Municipal de Educação de Campinas-SP. Os resultados contribuíram para ampliar a compreensão dos movimentos que políticas de combate ao racismo percorrem para se institucionalizarem e produzirem práticas que se configurem na construção de uma educação positiva das relações étnico-raciais. O trabalho se ancora em concepções da teoria pós-crítica da educação, para a qual as práticas pedagógicas estão relacionadas com as práticas sociais, sendo tarefa do educador atuar sobre a realidade social para provocar as rupturas necessárias. Neste caso, para a descontinuidade da produção das desigualdades, sobretudo a racial. Privilegiamos na análise as contribuições dos autores Henry Giroux, Paulo Freire, Jurjo Torres Santomé, Petronilha Beatriz Gonçalves, Nilma Lino Gomes e António Nóvoa, entre outros. Na concretização da pesquisa foram realizadas entrevistas com gestores educacionais dos dois locais e com educadoras, além de análise documental. Ao final, constata-se que as profissionais após a participação nas formações, tornam-se menos tolerantes com qualquer tipo de discriminação, constroem metodologias, interferem na proposta curricular, influenciam na formulação dos projetos pedagógicos de suas instituições, produzem material didático-pedagógico e sentem-se fortalecidas para desenvolverem atividades de caráter antirracista com as crianças pequenas colaborando na construção de uma sociedade sem discriminações.
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