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O desvelar da poesia, nestes versos, estrofes e rimas, são luzes, que apesar das sombras projetadas, nos obstáculos que tentam impedir sua claridade, revela que a vida com suas maravilhas, deve ser vivida intensamente, até em tempos de pandemia.
A poética de Estevam Matiazzi reflete-se de forma marcante no título de sua coleção de poemas coloridos, a maioria em prosa poética, com um didatismo singular. “A vida vista da janela: aquém e além delas” é uma obra marcada por movimentos e aproximações numa visão de mundo em mutação, que estabeleceu relações com o seu tempo. Na verdade, são ‘tempos bicudos’, tempos de Pandemia, da Covid-19. Em um processo catártico, o eu lírico lança um olhar para fora de sua janela, uma visão de um espaço estreito que cria uma egrégora de amor. Engajado com a noção da aspereza do momento histórico, cria poesias, consolando os corações em aflição e repletos de incertezas. O título traz uma ligação direta com a poesia desta obra; traz relações de mudanças constantes, uma forma que não se fixou ainda, um estar além de qualquer forma, além da matéria moldada. Além do pré-fixado, do pré-estabelecido. Além do perceptível, do cognoscível. Assim, numa linguagem de luz e sombras, “A vida vista da janela: aquém e além delas” é um clarão na escuridão destes tempos pandêmicos (Márcia Lembrança).
