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Este livro demonstra a execução de um recorte etnográfico e a diversidade das estruturas e morfologias sociais que brotam do recorte alinhavado pela pesquisadora e sua versão dos fatos. Bem serve avaliar o que nos dizem as formas com que delimitamos os “objetos”; amarrando uma âncora na ponta de um iceberg. Os recortes metodológicos na Antropologia proporcionam diversos ângulos para avaliarmos uma questão.
Acompanharemos a ocupação da fronteira brasileiro-peruana na região da Reserva Extrativista do Alto Juruá, estado do Acre, através de histórias e memórias locais. Os narradores são os próprios moradores. Tal ocupação reúne em frentes de batalha, chamadas correrias de caboclo, etnias indígenas “mansas” e “brabas”, cearenses “mansos” e “brabos”, migrantes e acreanos numa política com características de genocídio étnico. O processo violento de ocupação da fronteira resulta tanto em colocações para corte de seringa (Hevea brasiliensis), como o Depósito do Igarapé São João, como em vilas ribeirinhas de lavradores, pequenos comerciantes e criadores de animais, como é a vila Foz do Breu no Alto Rio Juruá. Esses dois padrões de ocupação exprimem o fato de que a ocupação na região foi motivada tanto pelo intuito econômico de explorar a floresta como pelo desejo geopolítico de assegurar uma fronteira. Redes de relações sociais integram e distinguem grupos de aliança. Parentesco consanguíneo, casamento, adoção e compadrio configuram sólidas redes de contraprestação de serviços e comércio. São episódios e trajetórias de vida de cidadãos e situações pouco registradas ou deliberadamente esquecidas.
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