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A periodização da história humana (Pré-História, Antiguidade, Idade Média, Era Moderna, Era Contemporânea) foi definida pressupondo uma história única para todo o gênero humano. Sua diferenciação em “etapas” foi um produto da modernidade. A história do capitalismo não só se refere às últimas etapas, mas também esclarece as eras pretéritas da história humana, pondo em evidência o que nelas só aparecia como potencia ou virtualidade. A história do capital possui etapas, rupturas internas e períodos históricos, condicionados pelas suas tendências intrínsecas de desenvolvimento e suas contradições: é o que este livro aborda, a partir de ângulos múltiplos.
O desenvolvimento do capitalismo, em suas diversas configurações espaciais e temporais, constitui o eixo interpretativo da história contemporânea; sua análise condiciona também a reconstrução das eras precedentes da sociedade e seu substrato comum, o trabalho social. A emergência do capitalismo exigiu uma revolução na produção, que foi preparada por uma revolução comercial e uma revolução agrária. Foi na Europa Ocidental, a partir do século XII, que se originou o processo que deu lugar a um sistema social e econômico historicamente inédito e orientado para a acumulação de riqueza baseado no crescimento permanente da capacidade produtiva. A sociedade capitalista ou burguesa se constituiu com base nas relações sociais baseadas na contratação e uso (exploração) da força de trabalho livre, tendo como consequência a produção de uma mais-valia que é o produto do sobretrabalho fornecido pelo trabalhador dentro do processo de produção; a mais-valia se apresenta ao capitalista na forma de lucro do capital. O conceito de capitalismo se impôs e generalizou, na segunda metade do século XIX, por fazer referência à sua relação (oposição) social determinante, a existente entre capital e trabalho assalariado, e ao polo dominante dessa relação na sociedade burguesa. Com a determinação do trabalho social como seu fundamento motor, o acontecer humano ganhou uma nova inteligibilidade que se impôs à consciência da sociedade no tempo que chamamos de história. A libertação da força de trabalho dos grilhões dos modos de produção pré-capitalistas revolucionou a economia, a sociedade e a cultura, impondo também uma desigualdade econômica crescente entre as diversas classes sociais e nações do planeta; a emergência do capitalismo significou também um crescimento acentuado nas desigualdades do desenvolvimento econômico. A era do capital originou um mundo novo. A contradição intrínseca do capital tornou-se evidente: na sociedade burguesa, a relação social dominante é a própria “contradição em processo”, a mudança perpétua na qual o capital encontra sua própria condição de existência. Marx introduziu a dimensão histórica na economia para transformá-la em suporte teórico da crítica prática, revolucionária, da sociedade burguesa. O desenvolvimento do capitalismo, a partir dos seus primórdios no século XVI até atingir a era das revoluções e das conflagrações bélicas mundiais, preparou as encruzilhadas e problemas históricos que as gerações presentes e futuras serão obrigadas a resolver.
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