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Hoje se diz com frequência que a escola está em crise, uma vez que ela não mais poderia atender à demanda do advento de uma nova subjetividade. Minha questão é: será que a escola deveria se adequar a essa nova forma de subjetividade que exige o gozo imediato tal como encontramos no discurso midiático?
“Desde as primeiras páginas deste ensaio, Ronaldo Manzi nos adverte que não se trata de nostalgia – a referência não é a um tempo outro em que tudo era melhor; sua lucidez nos alerta sobre o canto da sereia do presente, o engodo da ideia de progresso. Nesse sentido, o conceito de ideologia é trabalhado de forma primorosa neste livro. Para que o status quo seja naturalizado, é preciso queimar os livros e existem muitas formas de queimá-los. No início do primeiro capítulo, ao mencionar o livro Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, Ronaldo coloca um ponto de interrogação após a palavra distopia. A pergunta sobre realidade ou ficção traz um incômodo, um alerta: os riscos e consequências do apagamento da história. Afinal, queimar os livros, o passado, a memória, a história, interessa a quem? Enquanto eu lia o livro de Ronaldo, os noticiários anunciavam a lista de livros que estavam sendo proibidos nas escolas de um estado brasileiro. Em um mundo em que questionar é uma ameaça para uma suposta felicidade, quem não se conforma é eliminado, de uma forma ou de outra. A exposição precoce e prolongada às telas (gadgets) é uma forma de calar a criança, não só, na óbvia função de chupeta eletrônica que para o choro, mas vai muito além, ao criar obstáculos nos aspectos fundamentais da sua formação; “podar desde o início” – como menciona Manzi em referência ao trecho do livro de Bradbury. O impacto se dá na ordem do simbólico, e não seria essa a verdadeira forma de ser eliminado?”.
Leilyane Masson
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